Javier Milei, presidente da Argentina, passou todo seu mandato se aproximando de Donald Trump. Até agoratigrinho fortune, isso não manteve seu país fora das linhas de frente da guerra comercial global do líder dos Estados Unidos.
Trump ordenou esta semana tarifas de 25% sobre o aço e alumínio que podem prejudicar o país, classificado como o sétimo maior fornecedor de alumínio para os EUA no ano passado, segundo o Bureau do Censo.
Na quinta-feira (13), ele instruiu seu governo a propor tarifas recíprocas sobre países que cobram tarifas altas sobre os produtos americanos —uma ameaça direta à altamente protecionista Argentina e seus quase US$ 30 bilhões em comércio anual com os EUA.
Embora seja muito cedo para estimar o impacto que as tarifas teriam na Argentina, elas estão prontas para testar um pilar da estratégia política de Milei: o presidente libertário se alinhou com Trump com entusiasmo, fez peregrinações a eventos conservadores dos EUA e até lançou a ideia de um acordo de livre comércio com os americanos —tudo parte de um esforço para reforçar sua influência no exterior, enquanto reconstrói uma economia debilitada em casa.
Entretanto, a posição repentinamente vulnerável da Argentina demonstra que nem mesmo os amigos estão livres da ira comercial de Trump, um desafio para qualquer líder como Milei, que pode ver a afinidade pessoal como caminho para sair de sua atenção.
"Milei tem um relacionamento privilegiado com Trump, mas ele precisa construir a estrutura diplomática para obter resultados concretos", disse Juan Cruz Diaz, analista político em Buenos Aires. "As próximas semanas serão essenciais para tentar reduzir o impacto de uma política global na Argentina."
Ele terá sua primeira chance na semana que vem: Milei está planejando participar da Conferência de Ação Política Conservadora, um evento favorável a Trump nos EUA, onde ele busca uma reunião com o republicano, informou a Infobae.
As novas tarifas sobre metais não devem começar antes de 12 de março, enquanto os EUA conduzirão estudos sobre impostos recíprocos específicos de cada país, que devem levar até abril para serem concluídos, de acordo com as próprias estimativas dos EUA. Isso dá a Milei algum tempo para fechar um acordo —e a história recente sugere que é possível.
Durante seu primeiro mandato, Trump concordou em isentar a Argentina de tarifas mais altas sobre aço e alumínio após chegar a um acordo de cotas com o ex-presidente Mauricio Macri. O antigo líder brasileiro, Jair Bolsonaro, que como Milei construiu laços próximos com seu companheiro populista de direita, mais tarde conseguiu obter um acordo semelhante depois que Trump ameaçou encerrá-lo.
O Canadá e o México também acabaram de ganhar adiamentos das tarifas que Trump havia prometido implementar, embora seus líderes sejam ideologicamente opostos ao presidente dos EUA.
jogo do tigerContudo, chegar a um acordo pode não ser fácil. Trump insistiu esta semana que as tarifas sobre metais seriam implementadas "sem exceções ou isenções" desta vez, e em sua proclamação, acusou a Argentina de continuar exportando aço para os EUA em "quantidades insustentáveis".
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O documento também criticou as estatísticas comerciais oficiais da Argentina por tornarem "difícil avaliar os níveis de aço importado de lugares como a China e a Rússia, e outras fontes potenciais com excesso de capacidade".
Evitar tarifas recíprocas pode ser ainda mais difícil depois que, também na quinta, Trump disse que havia decidido igualar "o que quer que os países cobrarem dos EUA".
Com exceção da Venezuela, a Argentina aplica a maior média de tarifas de qualquer país da América Latina, de acordo com dados das Nações Unidas. A taxa média dos EUA sobre importações é de cerca de 3,5%, enquanto o imposto médio de importação da Argentina sobre produtos estrangeiros é de 13,5%.
Apostas Esportivas ZA9BET"Trump está fazendo algo diferente desta vez, que são essas tarifas recíprocas. E é aí que a Argentina tem um problema", disse Marcelo Elizondo, um consultor argentino especialista em comércio. "A Argentina é uma economia muito fechada com tarifas muito altas. Temos tarifas muito mais altas sobre os produtos americanos do que eles têm sobre os nossos produtos", acrescentou Elizondo.
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