É fácil ficar desanimado com o funcionamento do Estado. Bilhões de reais do nosso dinheiro são capturados por emendas parlamentares e destinados a redutos eleitorais. Regras sobre o FGTS e subsídios do BNDES parecem servir aos interesses da construção civil e da indústria. A cada oito anossite de apostas fortune tiger, discutimos uma nova reforma da Previdência. E ainda tem o Judiciário.
É natural perguntar: para que tudo isso? Não seria melhor acabar com esse enorme aparato estatal?
Recentemente, libertários têm ganhado força política. Esse grupo defende o fim da intervenção estatal na economia e acredita que o mercado poderia fazer muito do que está nas mãos do Estado. Muitos acreditam, por exemplo, que não precisaríamos de moeda e de Banco Central.
Começo pela parte com que eu concordo. Sim, reduzir o escopo da intervenção estatal em várias áreas da economia traria benefícios.
Pesquisa acadêmica já cansou de mostrar que em países menos desenvolvidos há muitas intervenções estatais que geram entraves à produção e aos negócios.
Além disso, dinheiro grande atrai lobbies e interesses e é difícil evitar que intervenções massivas na economia (como o BNDES e o FGTS) sirvam a interesses de grupos organizados (como a indústria e a construção civil). Em vários casos, a economia como um todo perde com essas intervenções. Esse é um assunto frequente desta coluna.
Contudo, em muitos outros campos, os benefícios da intervenção estatal superam os custos. Exemplos importantes envolvem a moeda e o setor financeiro.
Bancos Centrais emitem moeda e mantêm seu valor razoavelmente estável. A inflação de 5% no Brasil preocupa, mas é pequena se comparada às flutuações (para baixo e para cima) no valor da moeda quando o ouro era o meio de troca. Essas flutuações geravam muita instabilidade macroeconômica.
Muitos acreditam que mantendo constante o estoque de moeda —por exemplo, usando criptomoeda— teremos sempre inflação perto de zero e estabilidade macroeconômica. Isso está errado. Com inflação anual em um dígito, a relação entre movimentos no estoque de moeda e inflação anual é muito baixa.
Além disso, a política monetária nos ajuda a amortecer choques econômicos. Quando a economia vai mal, o Banco Central pode manejar os juros para estimular a atividade, mesmo que isso cause um pouco mais de inflação.
Fortune Tiger 777Bancos Centrais pelo mundo têm feito um bom trabalho para garantir estabilidade macroeconômica. Empresas privadas não gerariam nada disso.
Além disso, o setor financeiro requer regulação, porque uma crise localizada pode contagiar a economia toda. Nesse caso, o governo usaria dinheiro público para apagar o incêndio. Então é preciso evitar crises, e para isso é preciso limitar a ação de instituições financeiras —incluindo criptomoeda aí.
Libertários, em geral, discordam. A receita libertária prevê deixar os bancos quebrarem –e essa ameaça evitaria o problema no início. Isso, porém, nunca funcionou. Mesmo no Chile de Pinochet, promessas de que o governo não socorreria bancos quebrados se mostraram vazias na hora do aperto.
Como dizia H. L. Mencken, todo problema complexo tem uma resposta que é clara, simples e errada.
Definir o escopo da ação do Estado é um problema complexo, cheio de respostas simples e erradas, nos dois extremos.
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